sábado, 21 de junho de 2014

sexagésimo segundo.

Hoje, se me perguntassem, diria que acho que estou acostumada demais com você e gosto do que você me dá ou divide, mas você dá e divide menos, ainda, do que toma.
Hoje eu tremo e sou outra, não sua. Hoje eu tenho coisas demais pra fazer e minha cabeça secou há três dias.
Hoje eu tento ser paciente comigo mesma, mas ainda não sei se me obrigo ou se me escapo. Não consigo mais, sem mais livros.
Não tenho tempo. Eu não tenho tempo, eu não sei voar.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

sexagésimo primeiro.

Um brinde aos amores adolescentes de quem fala mais do que sente.
Paciência.
Aos egoísmos remanescentes e todos os autocondescendentes.
Um brinde, do qual não compartilho.
Por conveniência de minha própria existência, insisto em estratégica desconvivência e,
Por coerência a essa dolorida existência, brindo à inconveniência.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

sexagésimo.

Quase invejo os que vivem de sombra e água fresca, apostando todas as fichas em virar rockstar pra não terem que correr atrás do tempo perdido... de todas as outras dimensões de si que foram negligenciadas e ainda são, todos os dias e todas as tardes e todas as noites. Quase invejo quem resolve problemas burocráticos e acadêmicos, mas cala os problemas intrapessoais toda vez que eles tentam emergir (ou o contrário)... mas viver mais fácil agora não é mais fácil a médio ou longo prazo, né? Não é melhor. Não é mais bonito. Só parece mais fácil. Quantos anos dedicados pra chegar a algum lugar? Ou o lugar vai se distanciando também e você patinando para trás?
Pra levar dia após dia só precisa não se matar. Pra viver é que precisa coragem.
Eu, com licença, quero mais de mim, não só dos outros e das coisas. Quero me orgulhar das minhas escolhas.
Ainda acho inconcebível dizer num dia que uma coisa é muito importante e no dia seguinte dizer que dá muito trabalho pra insistir. Ainda sinto nojo.
Ainda tenho rancor de mim, pela cegueira em que me deixei mergulhar. Mas foi cegueira a partir de um certo ponto... até lá, era verdade. Não era verdade? Era verdade de corpo inteiro! E alma, que eu não tenho medo de fogo. Mas era verdade como religião ortodoxa... era fanatismo.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

quinqüagésima nona.

A surpresa de se ler o que se deu ao revés torce uma faca que já não se sabia presente. Eu quis saber, não quis? E agora pergunto: que liberdade há em não saber agir de outra forma que não refém do próprio potencial de sabotagem e fuga? Quando se age de forma negligente e não se toma responsabilidade pelos próprios males, pela sujeira que deixou no rastro do escape, ainda se pode sentir prazer nos próprios ganhos? Há vitória? Há aprendizado? Há quanto tempo se está esperando, falando em fazer diferente? Quantos diferentes você já disse que fez? E fez? O resultado... foi outro? Melhor?
Meu deus, quanto tempo eu fiquei esperando... mas a consciência tranquila, da coragem e sinceridade que tive e sangrei, não tem preço. O seu já é conhecido.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

quinqüagésima oitava.

Eu me interesso em saber como você se sente, o que pensa do que não consegue evitar pensar, como vê e escreve a tua história e as histórias que irrompem no teu espaço e corpo.
Me envolver nos seus sentimentos e querer doar, é outra coisa: não quero.
Se os compartilhamentos vêm e se tornam um turbilhão, aí não há o que se fazer, mas se não é o caso, ou até lá... meus interesses são em cabeça, sentidos e corpo. Assim, terra e fogo, mais alguma admiração pelo teu poder criativo, que expande, que me falta.
E, se não quero dar amor, e se não tenho amor pra dar, que receio te sobra? O de queimar? De não saber? Vem mesmo assim?

quarta-feira, 25 de abril de 2012

quinqüagésima sétima.

Olho de vidro na cara de plástico e passa perfume, se veste de marca e sai por aí
Sorrindo como se fosse.

domingo, 4 de setembro de 2011

quinqüagésima sexta.

Basta um sim e eu me disponho.
Basta um como e eu te sirvo.
Me obriga a ser melhor, pelo amor de deus, que eu não tenho mais nada a perder.