terça-feira, 30 de março de 2010

décima nona.

Eu adoro fumaça, adoro mesmo.
Quando, a despeito dela, eu ainda consigo respirar.
Eu adoro o escuro, gosto muito.
Ter que me inclinar, ir tateando e me deitar pra não dormir.

sexta-feira, 26 de março de 2010

décima oitava.

Quando eu digo que sou completamente apaixonada por você, é porque eu sou. E eu digo que te vejo como amigo. E é porque eu te vejo como isso, mesmo, alguém próximo e distante. Mais amigo que um conhecido chegado, porque você me significa muito.
Mas a verdade é que, se eu pudesse ser completamente apaixonada por você, eu seria.
Eu sou toda apaixonadinha por você.
E da próxima vez que você deitar na minha coxa, eu juro que tatuo as marcas dos seus cachos.
Saudade dos meus horários de aula contigo. Você perto me fazia mais feliz.

terça-feira, 16 de março de 2010

décima sétima.

Um número que nem devia existir...

eu fiquei olhando as unhas que eu já roí e meu ombro e a alça vermelha e minhas chaves e essa sensação paranóica de que eu tô morrendo qualquer dia desses só por não me agüentar mais
não me agüento mais, meu corpo não me agüenta mais, não se agüenta mais e não agüento que todas as pessoas que eu queria que me conhecessem não me conhecem
eu não agüento não ter casa, naquele clássico tipo "lar", mesmo, e uma cabeça que pára e descansa e noites de sono reparadoras
eu nunca agüentei as coisas com que eu convivo e entendo e tenho que entender e levanto a bandeira do "parem de reclamar e entendam". Eu não tenho que entender e eu não quero e eu não tenho que querer absolutamente nada, e eu posso querer tudo que eu quiser. Tudo. e isso não faz a mínima diferença
eu não nasci com a peça que deixa as pessoas quererem as coisas
eu nasci com o inverso da peça que as pessoas usam pra sonhar
mas, vai, eu nasci com peças legais
e muito, muito irritantes
meu tipo preferido de legal e mais odiado de legalidade
e todos esses meus tipos preferidos, eu queria saber pintar pra poder brincar com eles e despejar um grande bloco de uma lista ou emaranhado numa tela com as cores que eu só vejo na minha cabeça porque não aceito que cores surreais demais existam, de fato
pintura não tem que ter corte, recorte, ordem, lei e racionalização obrigatórios, certo? A ordem existe por si só, em qualquer lugar do caos e ninguém tira a propriedade de si.
E deve ser por isso que eu não dou pra artista.

décima sexta. Sobre si mesma:

megera mal-amada.

quinta-feira, 4 de março de 2010

décima quinta.

Canibalismo, antropofagia, vampirização mútua e ocasional, só pra aprofundar o nível de divertimento. Gente gostosa é uma delícia.

segunda-feira, 1 de março de 2010

décima quarta.

Eu peço mesmo, silenciosa e despudoradamente, pra que você ignore e conviva bem com esse tipo de coisa quase impossível de se encarar tranqüilamente. Eu vou sempre querer que, em relação a algumas coisas, todos vocês tenham uma segurança de super-herói.

décima terceira.

Hoje, depois de fazer tudo que eu tenho que fazer, eu vou pro Balaio. Ah, vou. Café e livro. Café e livro, sim.